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29 de julho de 2021Eu estava relembrando um dos episódios da minha vida e me fiz esta pergunta. E se eu tivesse desistido? Mas antes de continuar a reflexão, leia a história a seguir.
Era domingo, 3 de novembro de 2019. O dia da viagem de meus sogros para a Austrália. Eles queriam visitar a Fabi, sua filha do meio, o marido e seus netos. Aparentemente, estava tudo pronto para partirmos para o aeroporto para que eles pudessem viajar.
A viagem foi preparada com meses de antecedência. A começar com a renovação do passaporte em junho. Depois de pegar o passaporte, minha sogra providenciou as passagens por meio de uma agência de turismo. Enviamos as documentações para a Fabi para que ela pudesse agilizar o visto Australiano e o visto de trânsito na Nova Zelândia. Esta tarefa ficou para ela devido sua facilidade no assunto.
Há duas semanas do dia marcado, imprimi os papéis do visto, os bilhetes eletrônicos, e algumas frases importantes em inglês. Minha sogra reuniu tudo em uma pasta e deixou separado para facilitar.
Na última semana, João, o filho mais novo, perguntou se estava tudo em ordem. A resposta foi positiva, motivo para não precisar se preocupar.
O dia do Embarque
No dia 1º de novembro, tive um dia extremamente ocupado organizando as coisas e fazendo compras. Tudo isso para, no dia seguinte, haveria uma reunião em casa. Foi tudo muito bom, mas por acreditar que estava tudo certo, não nos preocupamos com a viagem.
Marcamos para sair de casa as 15 horas, pois o embarque era as 19:05. E exatamente na hora de sair, quando estávamos no carro, minha sogra lembrou que não havia pago a fatura do cartão de crédito. Tentou acessar o banco duas vezes mas digitou a senha incorretamente. Rapidamente peguei o celular e a senha. Fiz todos os passos do pagamento até chegar na confirmação. Minha sogra digitou a segunda senha, concluiu o pagamento e resolvemos o problema.
Seguimos tranquilamente para o aeroporto em dois carros. No meu carro estava eu, minha e esposa e meus sogros e no outro carro estava o meu cunhado, sua esposa e seus filhos.
O começo do pânico
A partir daí, começaram os imprevistos. O bilhete eletrônico não informava o terminal de embarque, mas por se tratar de viagem internacional, fomos para o Terminal 3.
Procuramos o chekin da Air New Zealand e não encontramos. Ao consultar um funcionário, soubemos aquela companhia não opera naquele aeroporto. Neste caso, a primeira parte da viagem, até Argentina, iria ser operada por outra companhia, mas não sabíamos qual.
A Fabi havia enviado um e-mail no dia da viagem com o todos os detalhes dos embarques. Este foi meu erro, não havia consultado os e-mails. Naquele momento, tive acesso a todos os detalhes e descobri que a primeira parte da viagem, até a Argentina seria feito pela Argentina Airlines. O que nos fez caminhar até o terminal 2.
Na hora de fazer o chekin, o funcionário informou que o passaporte do meu sogro estava cancelado. Minha sogra havia pego o passaporte errado. Era 16:52 e não havia muito tempo, o limite para o chekin era as 18:05.
Enquanto iniciavam uma discussão sobre o tempo de ir buscar, insisti dizendo que iria buscar o passaporte e que precisava de uma pessoa comigo. Meu cunhado veio e fomos correndo até o terminal três, pegamos um dos carros e fomos em direção a casa de minha sogra.
Fui correndo do aeroporto até Mogi das Cruzes o mais rápido que pude. Conscientemente, acelerei além dos limites de velocidade quando era possível. Não me orgulho disso, mas era o risco. O trânsito estava tranquilo e conseguimos chegar em pouco tempo. As 17:34 chegamos a casa e meu cunhado pegou o passaporte.
Enquanto eu dirigia de volta, ele ligou para minha sogra, pediu para fazer chekin das malas com o passaporte dela. Ela se recusou porque se ela embarcasse e meu sogro não, ele não conseguiria viajar sozinho, ela é a “cabeça” do casal. Insisti dizendo que eu chegaria a tempo, mas continuou recusando. Falamos com minha esposa e ela também não conseguiu persuadir minha sogra.
Enquanto isso, acelerava feito louco pela estrada. Estava fazendo tudo aquilo que condenava nos outros, dirigindo em alta velocidade, costurando os carros, dando luz alta. Eu percebi que, quando alguém vier em alta velocidade, ao invés de julgar, devo abrir para ele passar. Eu não sei qual é a situação dele. Mas se for de emergência, meu ato será de grande ajuda.
Chegamos a um trecho congestionado. Se em alguns momentos eu estava além dos limites, ali a média estava de 10km por hora.
Era 18:05. No aeroporto, o resto da família havia desistido. Insisti para quem minha esposa conversasse com o funcionário da companhia. Ele foi muito atencioso e disse que poderia esperar no máximo até as 18:15. Não iria dar tempo. Meu cunhado disse para eu desistir, pois o esforço ia ser à toa.
Eu pus na cabeça que ia dar tempo. Mesmo que todos tenham desistido, eu continuei acreditando. Pelo menos eu teria tentado.
Na medida que ia abrindo espaço, eu ia enfiando meu carro entre um buraco e outro. Pedia passagem com o braço para fora e agradecia a gentileza de cada motorista com um aceno. Aos poucos fui saindo do trânsito.
Consegui me livrar do congestionamento e segui para o aeroporto, a pista estava livre novamente. Acelerei e segui em alta velocidade.
Chegamos na seção de embarque as 18:30, meu cunhado saltou do carro ainda em movimento e correu até o chekin. Estacionei e saí do carro para respirar. Eu precisava me acalmar. Meu coração estava disparado de tanta adrenalina.
A ansiedade estava alta, tranquei o carro e fui para o chekin para acompanhar o andamento da situação. O funcionário havia ligado para os superiores e conseguiu autorização para dar continuidade no embarque. Ele foi proativo, havia deixado o sistema preparado apenas para inserir os dados do passaporte e concluir o checkin. Depois disso, ele levou os meus sogros pessoalmente até o embarque para não perder tempo. Isso que é profissional! Que atendimento!
Uma grande lição: Avalia os erros e acertos para que não aconteça novamente
Eu errei, não conferi a documentação na véspera e não consultei meus e-mails no dia da viagem.
Minha sogra disse para o meu cunhado que estava tudo em ordem. Ele acreditou e não se preocupou mais. Também errou porque confiou, mas podia ter olhado a documentação e tirado a prova.
No momento mais crítico, todos haviam desistido. Resolvi insistir e fui até o fim, mesmo que não desse certo. O horário estourou, mas graças ao excelente funcionário da companhia, eles embarcaram e puderam viajar.
Ao chegar em casa, celebrei a grande vitória.
E quando me recordo desse episódio eu me pergunto…
E se eu tivesse desistido?
Bom, como as passagens foram compradas com meses antecedência. Se me lembro bem, cada uma custou R$ 2500. R$ 5000 as duas. Se perdessem a viagem, iam ter que pagar a diferença do valor para uma passagem nova mais a tacha de cancelamento. Como era fim de ano, o custo ia subir para mais ou menos R$ 12000 fora as discussões sem fim e a frustração da minha sogra.
A minha vida sempre foi assim, cheia de imprevistos e desistir nunca será opção. Se assim fosse, hoje eu não seria copywriter e não estaria trabalhando com um especialista que fatura mais de 2 milhões por lançamento. Continuo buscando meus sonhos e estou cada dia mais próximo deles.
E você, vai desistir dos seus sonhos?